segunda-feira, 13 de junho de 2011

Londres... quando será a próxima visita?

O post já vem com mais de 1 mês de atraso, mas Londres merecia-o de qualquer forma.
Para quem já visitou a capital inglesa, esta é uma cidade inesquecível. Para quem ainda não visitou... não sabem o que estão a perder! Londres é daquelas cidades onde há sempre coisas para fazer e lugares para visitar... Mesmo que já se tenha ido lá 3x!
A escolha de alojamento desta vez recaiu sobre um hostel na zona central da cidade, o Generator. Um quartinho pequeno, com 4 camas. E aqui começou a aventura. Na primeira noite tivemos a companhia de 2 austríacas, na segunda e terceiras um par de britânicos (e aqui saliente-se, não lhes chamarei casal porque apesar de terem chegado e estarem aparentemente a viajar juntos, na 2ª das noites que passaram lá houve um elemento extra na cama da senhora... if you get what I mean) e na última um casal de punks franceses. O hostel era bastante voltado para a animação, tinha um bar aberto até tarde, sempre muito frequentado, apesar de apenas lá termos ido para uma bebida na 1ª noite com as austríacas. A internet wireless à borla foi um agradável plus, bem como o pequeno-almoço, também já incluído no preço. O negativo foi ver o Benfica perder com o Braga nas meias-finais da Liga Europa... Mas enfim...
Quanto a visitas, percorremos os sítios do costume (por ordem): St. Paul's, Tate Modern, Tower of London, British Museum, National Gallery, National Portrait Gallery, Big Ben and the Houses of the Parliament, St. James Park, Buckingham Palace, Harrods, Science Museum, Natural History Museum, Victoria and Albert Museum e Picadilly Circus. Foi uma boa revisitação de alguns sítios que já conhecia particularmente bem (o British Museum, por exemplo, apesar de desta vez, e tal como da 1ª que lá fui, as colecções da América do Sul, que são das mais interessantes, estarem fechadas) e de sítios onde apenas tinha entrado sem fazer uma visita aprofundada, como a Tate Modern, apesar de ter de dizer, que muita daquela "arte moderna", bem, é um bocado relativa como arte.
Em todo o caso, foi um excelente regresso a Londres, o tempo colaborou (apenas chovia de noite) e fica apenas agora a pergunta: para quando uma 5ª visita?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

London again... naturally!

Eis-me a preparar aquela que será a minha 4ª visita a Londres em pouco mais de 3 anos. E devo dizer que é algo que me dá muito gosto. Em primeiro lugar porque as duas anteriores visitas foram feitas "a trabalho", ou mais concretamente, para entrevistas para posições de pós-doc, o que levou a que não tivesse exactamente a possibilidade de "vaguear" pela cidade. Depois, porque desde a minha primeira ida à capital inglesa, no já distante Novembro de 2007, foi uma experiência que guardo com bastante agrado. Nenhum guia de viagem ou website nos consegue preparar para a vastidão cultural que se pode encontrar em Londres... E diga-se que nessa altura aproveitámos verdadeiramente o tempo à nossa disposição, literalmente correndo de um lado para o outro, visitando museus, catedrais e até indo assistir a uma sessão do parlamento. Por tudo isto ficou sempre o "bichinho" de lá voltar. E quando essa possibilidade surgiu, novemente graças à Ryanair (passe a publicidade) e aos seus voos extra-baratos, e atendendo ao facto de Londres ser, pelo menos até meio de Maio, a única cidade extra-Itália acessível com esta companhia, foi aproveitar sem pensar 2x.
A escolha de um hostel foi, no entanto, uma tarefa mais complicada. Se há 3 anos e meio não tinha grandes requisitos em termos do alojamento, desta feita tentei optar pelo melhor possível dentro da gama de alojamentos a baixo custo, ponderando, obviamente, não apenas o custo por noite, mas também a localização, os serviços oferecidos, as críticas feitas por outros utilizadores, e auscultando a opinião de alguns amigos. Como os preços não variavam substancialmente, os restantes factores acabaram por ser os principais elementos de decisão. E acabei por optar pelo "Generator London", na Russel Square. É um hostel bastante central (fica bastante perto do British Museum, tal como o hostel onde havia prenoitado da 1ª vez), faz parte de uma cadeia de hostels internacional (o que de certa forma, espera-se, abonará em termos da sua qualidade), tem bastantes funcionalidades incluindo pequeno-almoço incluído (o que dá jeito, para aforrar bem o estômago para a animação do dia) e as críticas eram bastante favoráveis. A ver vamos, se a escolha foi a mais acertada.
Portanto, amanhã começará a London Odissey, que durará até 2ª de manhã (sim, porque de tarde há que voltar ao trabalho...), na qual espero tirar algumas fotos (apenas umas centenas, talvez um pouquinho mais), divertir-me bastante e disfrutar dessa fantástica cidade que é Londres. Esta viagem vai também servir para iniciar um ciclo de viagens de fim-de-semana prolongado, sendo que a seguinte será a Berlim. Afinal, de que serve ganhar bem e estar numa localização mais central na Europa se não se aproveitar esse facto, não é?
See you later!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Páscoa... ou toneladas de ovos de chocolate

A tipologia das superficies comerciais em Génova é definitivamente distinta da de Coimbra, para dar um exemplo: ao passo que numa cidade de 100 mil habitantes havia 3 hipermercados, em Génova cidade não há nenhum, e é preciso andar 10km fora da cidade para se encontrar um (e mesmo assim, de dimensões não tão hiper quanto isso). No entanto devo dizer que se conseguem sempre encontrar surpresas nestas superfícies comerciais... Se há algumas semanas era um fórmula 1 da Toro Rosso no meio de uma das alas, e depois disso foi a venda da constituição italiana por alturas da celebração dos 150 anos da unificação de Itália, agora nesta época do ano o mais surpreendente é a variedade de ovos de chocolate para a Páscoa. Em Portugal a tradição de guloseimas de Páscoa são essencialmente as amêndoas. Pois aqui fazem a coisa pela medida grande e podem-se ver ovos de todos os tamanhos e feitios, desde os pequeninos com 150g até, imagine-se, ovos com quase 1 metro de altura! É uma ala inteira que os ovos de chocolate apenas partilham com outra das especialidades de Páscoa: a colomba. A colomba (traduzido à letra significa pomba) é um doce tradicional que consiste numa espécie de pão doce e pode ter frutos cristalizados e passas no seu interior. Existem ainda versões mais modernas, com recheio de chocolate ou de creme pasteleiro ou bolos semelhantes com a forma de um coelho (not the white rabbit... este é castanho e sabe a chocolate negro e côco). O problema é que com tanta variedade (quer de ovos, quer de colombas), e não se sendo um connaisseur, torna-se complicado escolher! Bom, e depois de escolher o problema vai ser conseguir enfiar na mala a colomba e mais o ovo (e mais as garrafas de vinho...hum... será que vou ter espaço para a roupa?) e fazê-los subsistir intactos a uma viagem Génova-Lisboa com passagem por Munique!

Apontamento prévio

Faz agora 1 ano (e 1 mês) (... e 23 dias... e não me peçam as horas e minutos) que estou a viver em Génova. A habituação à cidade não foi difícil. Apesar de ser uma cidade com uma população igual a Lisboa que vive numa área geográfica do tamanho da aldeia do Asterix, por certa medida recorda-me Coimbra, visto que é uma cidade pequena em comparação com uma Milão ou Torino.
O ajuste ao estilo de vida também foi simples. Em Itália fazem-se os horários mais ou menos normais, e a única inovação foi o chamado "aperitivo". Não, não é uma bebida... Bom, tecnicamente até é, mas não só. À semelhança do que se faz em outros países, a malta quando sai do trabalho, em vez de ir para casa, vai para os bares descontrair. Mas não vão apenas para beber, mas também para petiscar. Um bocado de pizza daqui, e vai uma cerveja, umas batatas fritas dali, e vai um Spritz (uma bebida tipicamente italiana, aperitivo-específica), e com isto passam-se 2-3 horas e acaba-se por voltar a casa já com uma bagagem no estômago que não puxa a jantar.
A coisa mais difícil de me adaptar foi mesmo a burocracia... Quer dizer, não a burocracia em si, porque essa há em todo o lado, e nós em Portugal somos especialistas na matéria, mas as formas de aldrabar o sistema. Querem exemplos? Estou a viver num magnífico apartamento com vista para uma espécie de marina/porto onde está "estacionado" um submarino. É uma localização fantástica, e pago um preço muito acessível porque partilho a casa com um colega de trabalho (deixemos esse pequeno - e falo também em termos de estatura física e moral da pessoa - detalhe para outras núpcias). Ora, logo quando fomos fazer o "contrato" (e já vão ficar a perceber as aspas), deu para entender como a coisa era feita... 500€ para o senhor da agência, nada de recibo (em vez de pagarmos os 850, que correspondem ao valor da renda). Depois o "contrato", que foi apenas assinado por nós e pelo senhorio e não foi registado. Logo, em termos de validade, 0! Até aqui, tudo muito bem... Mas depois começam os problemas... Para poder beneficiar de um regime fiscal especial (pagar apenas impostos de 10% do ordenado em vez do total) necessitava estar inscrito na comune de Génova (a chamada Iscrizione Anagrafica). Como uma pessoa normal, fui lá com os meus papelinhos, apanhei uma funcionária com umas trombas maiores que de um elefante africano, mas tudo estava a correr bem, até que a senhora decide verificar a morada e constata que naquele local estavam inscritas outras 4 pessoas como residentes! E quem eram essas pessoas? O meu senhorio, a mulher e as filhas! E aqui entra a minha falta de cara-de-pau. Se eu fosse um qualquer aldrabão, dizia logo que sim, e o assunto estava resolvido. Mas fiquei naquela do "ah, não sei, não fui eu que tratei dos papéis...". Pronto, caldo entornado. To make a long story short... Com toda esta embrulhada eu ganhei a residência na casa onde morava, a residência do senhorio e família foi retirada, a mulher do senhorio que deve ter uns 5 parafusos a menos passou-se por completo, entretanto retiraram a minha residência dali, meteram de novo a do senhorio e mudaram a minha para a casa onde eles agora estão a morar! Ou seja, eu moro numa casa e tenho residência oficial na casa onde mora o senhorio, e vice-versa! Tudo somado, foram quase 6 meses de complicações, gritos ao telefone (da maluca da mulher do senhorio) e papeladas. Entretanto vamos ver o que acontece quando acabar o contrato... Gostava de arrendar uma casa na zona de Nervi, onde estivesse junto ao mar, com o parque ali ao pé para poder ir correr ao fim do dia...
Bom, um outro aspecto que me desiludiu um pouco em Génova é em termos de género feminino. Devo dizer que para uma cidade italiana, Génova está ao nível de Ermesinde... (para quem não entender à primeira, ver aqui http://www.youtube.com/watch?v=-o2vtYOmeWs). É claro que como em toda a parte há excepções à regra, mas esperava mais e melhor.
Mas se em Génova não há "gajas", ao menos há cultura! Estamos a falar de uma cidade com muito que visitar, com imensos museus e edifícios históricos, com exposições de pintura e fotografia quase todas as semanas, com cinemas, teatros, concertos... e até ópera e bailado! E depois há o mar... o mar em Génova cidade não é exactamente dos mais limpos, mas basta andarmos uns kms para o lado e damos por nós em locais como Nervi, onde a água é super-transparente e bem quentinha (para quem estava habituado aos fantásticos 15ºC all-year-round da figueira, poder tomar banho de mar em Abril é uma benção!).
Tudo somado, está a ser uma grande experiência, não apenas a nível profissional (não me posso queixar... ganho bem e faço o que gosto, num laboratório com as melhores condições que alguma vez vi), mas especialmente a nível pessoal. Assim sendo, e como estou a aprender melhor a disfrutar de todas as vantagens da vida mais ao centro-sul da Europa, decidi montar este blog para ir divulgando as coisas interessantes que se fazem por terras de Cristovão Colombo (sim, eu sei... mas deixem os coitados manterem a ilusão de que o homem era de cá) e não só.